Re: urgente acao contra o filme DOGMA/action aginst movie picture of an american director.

From: Ricardo Ottoni (rjapias@attglobal.net)
Date: Wed Jan 19 2000 - 16:43:55 PST


Essa é uma questão muito delicada - e complicada também.
This is a very delicated question - and complicated too.

Desculpe-me se insisto em discuti-la contigo,
Forgive-me if I insist on discussing it with you

mas sinto que podemos desenvolver nossos opostos argumentos,
but I feel that we can develop our conflitant points of view,

de forma respeitosa,
In a respectfull form,

aceitando-nos como debatedores que possuem diferentes pontos de vista.
Acepting one another as speakers that have different argumentation.

1) Ainda acho que seja uma questão de censura.
   Veja, trata-se de uma película cinematográfica,
   uma obra de arte - embora profana.

1) I still thinking it is a question of Censorship
   See, that's a movie picture,
   an art product - athough profane.

2) A película não se encontra sendo exibida num canal de televisão - que
   entra em nossas casas sem pedir permissão
   (E ainda que assim o fosse, reservaríamo-nos o direito de desligar
   a TV - ou mudar de canal - mas, jamais, de censurar a programação
   da emissora).
   Trata-se de um filme que será exibido em cinemas específicos -
   provavelmente em salas para filmes de arte -
   E o público não será obrigado a vê-la.
   Só irão assistí-la aqueles que assim o quiserem.

3) O argumento, parece-me, não ataca a religião católica ou protestante.
   Ao contrário, apropria-se de um tema da tradição judaico-cristã (não
   vi o filme, ainda. Só poderei comentá-lo melhor após tê-lo assistido.
   Digo isso com base no que foi exposto no apelo indignado do grupo
   católico).
   Então, como dizia, o material do qual se utiliza o diretor do filme
   serve de pretexto para a construção de forma ou comunicação
   sibólica, artística, estética. Censurá-lo? Como fizeram aqueles que
   apedrejaram o Davi de Michelangelo - no conhecido episódio do
   transporte da estátua de mármore até a praça - porque tratava-se da
   imagem do rei judeu nú?

4) Não é como o Bispo que chutou a imagem da Santa.
   Alí, sim, tratava-se de desrespeito à religiosidade católica e à
   religião presidida pelo Sumo Pontífice. Não se tratava naquele caso
   de ficção, de obra de arte: era realidade!

5) E as minorias que não têm religião - os ateus ? Eles não possuem o
   direito de não acreditarem no Evangélho?

Acho que esse no fundo é o grande debate do mundo globalizado: Respeitar
ou não a diversidade cultural - as diferenças inconciliáveis?
Um só Deus? Um só pastor?

Mudando de assunto.
Você recebeu seus exemplares da revista com a tradução do artigo que
leva seu nome?

maria judith wrote:
>
> Ricardo,
> não se trata de censura, mas de limites quanto à agressão à dignidade e ao
> direito do outro, mesmo que minoria, estando estes direitos assegurados pela
> constituicao. nao se trata de pertencer a uma religiao, mas qualquer pessoa,
> mesmo sem estar filiada a uma religiao respeita a religiao de outro.
> abracos, maria judith
> >



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